Como que por decreto, o governo da nação anunciou a retoma económica e um indisfarsável clima de confiança que, com ela, se apoderou dos portugueses.
Esta boa nova, que vem já dos últimos tempos do governo de Barroso, foi hoje exaustivamente repetida pelo Primeiro-Ministro, em sede de debate orçamental na Assembleia da República, que bem nos lembrou, por palavras semelhantes a estas, que se andarmos todos deprimidos, a depressão não passará.
Ora, sucede que a retoma e a confiança na economia de um país têm alguns bons e seguros índices pelos quais podem ser avaliadas. Desde logo, os níveis de investimento privado interno e externo, que tendem a crescer consoante as expectativas de lucro dos investidores. Tratam-se de decisões racionais que, como tudo na vida, visam maximizar a utilidade e os benefícios das escolhas, em função da análise objectiva das opções disponíveis. Convém lembrar, a este respeito, que Portugal é um pequeno mercado, inserido num grande mercado europeu, onde as condições de circulação de meios de produção e de investimento não comportam custos adicionais. Isto é, Portugal está, conjuntamente com outros 24 Estados, num mercado aberto e de livre concorrência.
Para captar o investimento estrangeiro e para evitar que o nosso se desvie para outras paragens, existem, também, alguns factores decisivos: facilidades burocráticas, baixos impostos sobre as empresas, trabalhadores qualificados, poderes locais que não dificultem a vida aos cidadãos e às suas empresas, leis laborais claras e de fácil aplicação, tribunais céleres e que apliquem uma justiça segura, regras leais de concorrência que não sejam falseadas pela intervenção (directa ou indirecta) do Estado.
Um retrato fiel do país em que vivemos. Não acham?