Afirma-se com toda a naturalidade que existem grandes diferenças entre a visão do mundo por parte dos americanos e por parte dos europeus. Até pode ser. Certamente, num espaço e numa população tão grande, existe muita diversidade nos EUA. Geralmente, as eleições servem exactamente para enconntrar e decidir minímos denominadores comuns.
Na Europa, a diversidade e as diferenças, num território e numa população de tamanho similar, serão ainda maiores. Não há é forma de atingir o mínimo denominador comum.
É no entanto muito sintomático dos perigosos tempos que se vivem, que alguns auto-iluminados, venham "interpretar", "defender", "classificar" uns interesses supostamente comuns dos europeus, como o faz de forma tão ridícula um dos editorialistas do Le Monde.
É um texto que se reporta a realidades inexistentes, que expele fel, ressentimento, fossa depressiva e fossa intelectual. A Europa e os interesses de que fala, serão porventura os seus. Até podem ser os do seu Estado. Mas dos europeus? Gente deste calibre, fora do tempo e da realidade, quer-nos governar, formatar, dirigir, calibrar, julgar. Tem razão numa coisa: a Europa de que ele fala é de facto um mundo à parte. Não existe.