... ou não será que os artífices da "coisa" já estão a contar precisamente com isso?
É o comentário que se me oferece dizer perante o magnífico texto de JAM no Sobre o Tempo Que Passa: (extractos)
«E que não me viessem com a demagógica afirmação que os do "não" seriam todos "eurocépticos" e "populistas", uns façanhudos extremistas que não estão com o bem, o progresso e a justiça, traidores à Europa e inimigos de Portugal. Até porque começa a desenhar-se uma frente ampla que vai de Jorge Miranda a Eduardo Lourenço, passando por António Barreto e José Pacheco Pereira. Uma Europa que se construa a partir de um modelo feito de conformismo, marcado pelo "do mal, o menos", tem pouco a ver com o sonho dos pais-fundadores, até porque, infelizmente, continua a praticar as regras maquiavélicas daquilo que se designou como o "federalismo sem dor" e da "política furtiva", coisa que pode ter sido útil na Guerra Fria, mas que nada tem a ver com a necessidade do século XXI e com as regras da cidadania de uma Europa, que deve ser politicamente entendida como uma "democracia de muitas democracias" e não como a retomada do "despotismo iluminado". (...) Eles, que se dizem federalistas, apenas são os confederacionistas das potências, dessa nova Santa Aliança que nos quer armar uma cilada, para citar o insuspeito Proudhon.»