Sou dos que sempre acharam que a Alta Autoridade para a Comunicação Social era um órgão desnecessário, improdutivo e estatista. Tipicamente, era uma daquelas instituições que servia para contentar as consciências de quem achava que deveria existir algum controle, alguma deontologia de cima para baixo, do Estado, para «protecção» dos coitados dos cidadãos e outras balelas. A sua consagração na Constituição configurava, ao meu ver um autêntico disparate, típico do bloco central.
Os seus membros foram sempre algo sizudos, cinzentos e que me lembre, nunca, até hoje, alguém ligou pevide para o que eles «deliberavam». E com razão, diga-se.
Mas devo confessar o seguinte.
O desenrolar dos acontecimentos, pós-crise Marcelo, tem revelado algo que para mim era impensável. Com a demissão do Parlamento da sua missão de investigar a actividade governativa, a AACS, mediante as audições que tem realizados, e tem sido muitas, tem permitido revelar e serem publicadas e difundidas declarações de muitos intervenientes que de outra forma não seriam nunca conhecidas/publicadas. Essa é que é essa.
Nunca Rui Gomes da Silva teria voltado a falar sobre o assunto em público se não tivesse sido chamado à AACS. Nunca o patrão da TVI teria sido apanhado em contradição, se apenas desse entrevistas à TVI.
É certo que sempre Marcelo poderia falar em qualquer lado. Mas o que aconteceu a Clara Ferreira Alves ou Fernando Lima poderia ficar para sempre ainda mais nubloso. Não porque estes não tenham sido entrevistados por outros jornalistas, ou porque tenham perdido as suas tribunais públicas. Não. Foram entrevistados. Mas o que é certo é que nunca disseram, ou sobretudo, ninguém lhes perguntou o que foi dito na AACS. Nunca nenhum jornalista tinha perguntado directamente a Fernando Lima se este, enquanto director de um jornal, propriedade de uma empresa, tinha algum «pacto» com o seu proprietário. E tinha.
Em suma, a AACS no seu estertor de morte anunciada, finalmente está a prestar algum serviço público. R.I.P.
Os seus membros foram sempre algo sizudos, cinzentos e que me lembre, nunca, até hoje, alguém ligou pevide para o que eles «deliberavam». E com razão, diga-se.
Mas devo confessar o seguinte.
O desenrolar dos acontecimentos, pós-crise Marcelo, tem revelado algo que para mim era impensável. Com a demissão do Parlamento da sua missão de investigar a actividade governativa, a AACS, mediante as audições que tem realizados, e tem sido muitas, tem permitido revelar e serem publicadas e difundidas declarações de muitos intervenientes que de outra forma não seriam nunca conhecidas/publicadas. Essa é que é essa.
Nunca Rui Gomes da Silva teria voltado a falar sobre o assunto em público se não tivesse sido chamado à AACS. Nunca o patrão da TVI teria sido apanhado em contradição, se apenas desse entrevistas à TVI.
É certo que sempre Marcelo poderia falar em qualquer lado. Mas o que aconteceu a Clara Ferreira Alves ou Fernando Lima poderia ficar para sempre ainda mais nubloso. Não porque estes não tenham sido entrevistados por outros jornalistas, ou porque tenham perdido as suas tribunais públicas. Não. Foram entrevistados. Mas o que é certo é que nunca disseram, ou sobretudo, ninguém lhes perguntou o que foi dito na AACS. Nunca nenhum jornalista tinha perguntado directamente a Fernando Lima se este, enquanto director de um jornal, propriedade de uma empresa, tinha algum «pacto» com o seu proprietário. E tinha.
Em suma, a AACS no seu estertor de morte anunciada, finalmente está a prestar algum serviço público. R.I.P.