17.4.05

Faltas de senso

O Ministério da Educação, com os seus muitos milhares de funcionários a nível central e regional, não consegue substituir professores faltosos no espaço de 24/48 horas, conforme se lê nestas 3 peças no JN, assunto que tantos milhares de alunos e pais bem conhecem.
A descrição do processo é um hino á burocracia, ao desperdício e á estupidez. Bem se vê que há que criar regras, sub-regras, procedimentos, anúncios e quejandos para justificar e dar de comer a tanto funcionário. O exemplo ali descrito da necessidade de um anúncio na imprensa para arranjar um professor de alemão, diz bem da ineficiência do sistema. E lá surgem uns iluminados a sugerir, uma vez mais, a criação de uma bolsa de professores...
Como se ela não existisse já. Todos os anos, o Estado, o Ministério, fica com os dados, os currículos, os nomes, morada, telefone, nome do pai e da mãe de milhares, senão mesmo dezenas de milhar de professores que se candidataram a professor e não conseguiram colocação.
O Ministério tem lá toda a informação disponível para resolver estes casos práticos. Uma simples consulta, uns telefonemas a confirmar a disponibilidade, o envio dos dados por email ou fax para a escola respectiva, deveriam, em 2 ou 3 horas ser suficientes para, no dia seguinte, os alunos terem um professor substituto. Pelo menos, era assim que deveria ser se alguém de facto pretendesse servir os alunos e pais.
O facto ali apontado de os sindicatos não ajudarem á resolução destas situações, mediante a adopção de contratos de curta duração, também é muito esclarecedor porque é que estes problemas se mantêm e o serviço é ineficaz.