O Espesso é um jornal que aprecio. Mas não percebo a razão pela qual insiste em funcionar como revista cor-de-rosa da política, onde as celebridades deste métier se flagelam mutuamente.
Mira Amaral (segundo o Causa Nossa) aproveita a tribuna, este fim-de-semana, para demonstrar uma vez mais a simpatia que nutre pelo ex-governo PSD-PP... Será que Mira Amaral faz uma crítica construtiva, interessado no esclarecimento do Público? Ou estaremos a assistir a uma revanche, qual salada russa que, Mira Amaral, embora não a coma, gosta de a servir: bem fria. Haverá alguma relação entre esta crítica e as recentes quezílias a propósito da CGD e outras? Isto cheira mais a birra de comadres do que outra coisa...
Mas já agora, importa relembrar Mira Amaral que, se Ferreira Leite e Bagão Félix não conseguiram controlar o défice, ele terá dado uma ajudita... pois o governo de que ele fez parte, em conjunto com o Professor Regressado Silva, lançou a semente para a Estatização do PIB e para o descontrole das Finanças Públicas.
E já não falo na filosofia de vida seguida por Mira Amaral à hora da reforma: "Olha para o que digo, não olhes para o que eu faço".
A vida pública está desprestigiada em parte porque alguns dos actores do passado, quarenta quilos mais tarde, teimam em não se retirar (existem em Portugal tantos campos de golfe), mantendo-se como "iminências pardas", tutelando o acesso ao poder, que pretendem controlar e rentabilizar pessoalmente.
Trinta anos passados sobre o 25 de Abril, seria bom renovar o casting; e já, agora, o enredo...
Rodrigo Adão da Fonseca