O estado eucalípto ou a morte da sociedade civil

A questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo provoca situações muito interessantes. Por um lado, os progressistas que queriam destruir a sociedade tradicional e criar novas instituições mais racionais e mais modernas descobrem que afinal não podem passar sem o prestígio de instituições que noutros tempos teriam tentado destruir. Por outro lado, os conservadores que querem preservar o sentido original das velhas instituições descobrem que o estado moderno e progressista é afinal o último guardião dessas instituíções e que elas já não podem sobreviver na sociedade civil pelos seus próprios méritos. Os progressistas pedem ao estado que ele lhes dê acesso a uma instituição tradicional, o casamento, e os conservadores pedem ao estado que ele preserve os aspectos tradicionais dessa instituição. Tanto conservadores como progressistas são agora incapazes de estabelecer os seus próprios centros de validação de valores e a única fonte de valor que reconhecem é o estado.