Paulo Portas, no discurso que dirigiu hoje aos congressistas, referiu que a direita portuguesa padece de falta de ideias e, no fim de contas, de modernidade ideológica.
Tem razão.
Mas esse terá sido, em sete anos de uma liderança brilhantemente sucedida, o seu maior pecado. Ao tirar do baú das relíquias a famigerada democracia-cristã para a consagrar como única matriz ideológica do CDS, ao ponto de quase ter exterminado o PP, Paulo Portas pôs o partido a cheirar a naftalina, e arrumou qualquer hipótese dele se abrir a outras correntes de opinião situadas à direita.
O homem que, alguns aos antes, prefaciava traduções de Michael Novak, fez uma opção táctica que julgava ser a melhor para o crescimento do seu partido. Enganou-se.