17.4.05

SOMOS MUITO PAPÁVEIS

Vai por aí um frenesim com a hipótese de D. José Policarpo vir a suceder a João Paulo II. Segundo a generalidade dos media portugueses, ele poderá constituir uma «terceira via» entre progressistas e conservadores, ou seja, o máximo denominador comum mínimo do Conclave, logo, o futuro Papa. Por outro lado, o nosso prestígio internacional e a importância de Portugal no Mundo, fazem dele, segundo os mesmos arautos, o homem perfeito para estabelecer pontes entre o terceiro mundo e a civilização. Se a isto acrescentarmos o entusiasmo dos ingleses, que o elegeram (?) como o seu favorito, as referências simpáticas do nosso vizinho «El País» (o que, obviamente, o transforma no favorito dos espanhóis) e a sua ascensão nas bolsas de apostadores internacionais, é quase certo que Habemus Papam, o mais tardar, lá para o fim da próxima semana.
Depois do Euro 2004, do Presidente da Comissão Europeia e do Alto Comissário para os Refugiados, um Papa assentava como uma luva na parolice nacional. O último (e único) que tivemos foi já há algum tempo, em 1276, e apenas por uns breves oito meses e oito dias. É já boa altura de, também em matéria eclesiástica, Portugal voltar a ter a importância que lhe é devida.