30.8.05

Tv's

Os partidos da oposição, nomeadamente o PSD e o CDS não cessam de nos espantar com as suas asneiras, para mais, todas de cariz socializante.
Criticam o Governo por este «permitir» ou «incentivar» a provável venda da TVI a uma empresa espanhola, a qual teria ligações políticas ao PSOE.
Ora, se uma empresa estrangeira pretende adquirir uma empresa portuguesa, é bom sinal, pois os investidores só investem onde pensam obter retorno. Assim, a compra da TVI é o reconhecimento de que tal empresa tem potencial, mercado, profissionais ou outra qualquer mais-valia que potenciará um maior retorno do investimento a realizar. Isso só abona em favor da empresa a vender. E o futuro dirá se tal investimento abonará em favor da reputação e proveito da empresa adquirente.
O facto de os empresários de grandes empresas, por natureza pessoas públicas, terem também opiniões políticas, também é, em geral positivo, pois demonstram ser cidadãos participativos e intervenientes. E de uma forma geral, existem empresários para todos os gostos e cores políticas, os quais, no entanto, e á semelhança dos demais, não tem por timbre realizar investimentos ideológicos ou de cariz político, mas sim visam obter retorno de investimento, mais-valias. Enfim, pretendem ganhar dinheiro. Logo, a «cor» política é totalmente irrelevante.
Em terceiro lugar, foi levantada a questão da licença de televisão. A qual teria sido atribuída a uma empresa que já não é a actual concessionária. Puro disparate. Um contrato de concessão, implica a concessão de direitos e a aceitação de obrigações, as quais permanecem durante o tempo de contrato, qualquer que seja a entidade detentora do alvará, pois que esta não o pode alterar unilateralmente. Se assim não fosse, uma empresa concessionária dificilmente seria privada, pois que nunca poderia alterar (duante todo o tempo da concessão), a sua estrutura societária, entrar em bolsa, encontrar parceiros, investidores, enfim seria uma empresa, essa sim, «socialista». Recorde-se aliás que tal concessão já mudou, que me lembre, 3 vezes de mãos: da Igreja, para a Sonae e desta para a Média Capital. Se há incumprimento, ou desrespeito pelos compromissos originários, a responsabilidade é do concedente, neste caso do Governo/Estado que não fiscaliza, não pune, não assegura os seus «interesses».

Posto isto, não há razões para temer a acção do governo junto da comunicação social? Há e muitas: o Estado por intermédio do governo, continua a ser proprietário, gestor e a influenciar directa e politicamente um grande grupo de comunicação social.
E relativamente aos meios que não são sua propriedade, também interfere por critérios políticos, nomeadamente por intermédio das campanhas institucionais, anúncios de concursos, avisos judiciais, demais publicidade em geral e claro, os sempre omnipresentes subsídios. Mas sobre essa realidade, aqueles partidos ditos da «oposição» até estão de acordo com o governo....
Mais grave e potencialmente mais perigoso ainda é o pacote legislativo que Santos Silva anda a cozinhar. Aí quero ver se o princípio agora aplaudido, por alguns, da «limpeza coerciva» vai ser aceite tão facilmente....