- Não nos consideramos capazes de defender melhor os nossos próprios interesses do que os burocratas centrais;
- Receamos o acréscimo de responsabilidade que daí adviria e achamos mais cómodo que esta se mantenha no poder central;
- Aceitamos bovinamente que, para justificar tal, este crie em permanência novas e cada vez maiores estruturas centrais cuja única utilidade é a drenagem de recursos da periferia para o centro;
- Na nossa já formatada mentalidade centralista, consideramos impossível qualquer regionalização que não replicasse as ditas estruturas por todo o lado;
- Renegamos convictamente os "caciques locais" - muito embora não deixemos de votar neles - esquecendo que, no conceito ou na realidade, não passam de um produto do centralismo;
- Achamos impensável que a liberdade de lançar impostos regional e localmente possa e deva acontecer em simultâneo com a redução dos impostos centrais;
- Bem mais cómodo e politicamente correcto é defender uma descentralização definida centralmente.
Eis o paradoxo da compulsividade centralista. Com a devida vénia ao CAA, defini-lo-ia como uma espiral de irracionalidade em que, quanto pior actua o Estado Central, tanto mais rejeitadas são as soluções regionais e locais.