11.10.05

A Lógica da Batuta

"Em comunicado, Artur Santos Silva, fundador do grupo bancário BPI e representante das 18 empresas privadas, justifica a saída por «não se encontrarem reunidas as condições necessárias à participação no projecto de constituição de uma Fundação Casa da Música»."
Ao que parece, a Ministra da Cultura queria que fosse Burmester um artista a mandar na administração da Casa da Música. Sim, porque isto de pôr quem paga a dar ordens a artistas é uma intolerável intromissão do economicismo na criação artística e uma inaceitável interferência de gente da finança (brrr... que horror) na nobre área da cultura.

E, ainda por cima, consta que essas empresas a quem a ministra ia sacar o dinheiro, não estavam dispostas a pagar uma orquestra... Era só o que faltava, deixar esse tipo de decisões nas mãos de banqueiros e afins.

Bem, que se lixem as empresas. Afinal, quem é que precisa de empresas intrometidas quando temos o pacato contribuinte à mão? A elevação cultural é absolutamente incompatível com gente que tem a mania de fazer contas.

Instituto Sim, Fundação Não!
Abaixo a fundação. Viva a desbunda empresa pública!