Cara Gabriela,
1. O que interessa não é saber se as malhas utilizadas são finas, mas se são suficientemente finas. Os computadores podem ser muito bons, mas podem mesmo assim não ter a capacidade suficiente para fazer os cálculos em tempo útil.
2. Os modelos semi-empíricos são utilizados precisamente porque não existe poder computacional suficiente para simular o sistema a partir dos primeiros princípios. É aqui que entra a questão da densidade da malha. Em princípio, o clima pode ser simulado a priori a partir dos primeiros princípios. Na prática, a malha necessária para o conseguir é demasiado fina.
3. O clima é um sistema complexo, o que significa que tem que ser descrito por um modelo do tamanho do sistema. Não é possível simplificar o modelo sem perda de precisão. Para minorar esse problema, usam-se os tais modelos semi-empíricos. Só que os modelos semi-empíricos não são modelos universais. Não podem ser usados para além das condições para que foram validados porque, num sistema complexo, não há maneira de saber se pequenas perturbações se propagam (ou não) de forma incontrolável. Um modelo semi-empírico pode lidar bem com pequenas perturbações na situação X para que foi validado, mas isso não significa que possa lidar bem com pequenas perturbações na situação Y. Ora, dado que o clima é um sistema complexo, passará por uma infinidade de estados e não será possível validar os modelos semi-empíricos para todos eles.