12.10.05

Mais um canto, mais um golo

PS e PSD admitem restringir elegibilidade de candidatos sob investigação

1. No futebol algumas finais têm que ser resolvidas por grandes penalidades. Esta forma de decisão das partidas é considerada pouco digna pelos adeptos. Há quem tenha proposto, em alternativa, o desempate com base no número de cantos. Por este método, em caso de empate, ganharia o clube com mais cantos a seu favor. Só há um pequeno problema. A mudança de regras altera os comportamentos e as equipas em vez de jogar exclusivamente para o golo, passariam a jogar para o canto. E quem sabe, passariam a festejar cada canto como se fosse um golo. O jogo, em vez de se tornar mais digno, tornar-se-ia ridículo.

2. Em Portugal, o Ministério Público é frequentemente acusado de instrumentalização de processos judiciais com fins políticos. Já vimos isso no caso Leonor Beleza, no caso Casa Pia e no caso das viagens dos deputados. Por outro lado, pessoas perfeitamente inocentes podem ser constituidas arguidas, sendo perfeitamente possível envolver inocentes num processo sem que estes, na sua fase inicial, se possam sequer defender. Ora, se os arguidos deixarem de ser elegíveis, os processos judiciais menores passarão a ser utilizados para queimar adversários políticos.