Hoje de manhã, entrei na twighlight zone: estreei-me no renovado Aeroporto do Porto: trinta e tal mangas de embarque e desembarque, não sei quantos novos postos de check-in, vários andares, lojas, sobe e desce escadas rolantes ofuscado por tanto neon, mármore a brilhar e acrílicos ainda sem grafitis dos superdragões, qualquer comparação com o mesmo aeroporto onde aterrei na sexta-feira é mera coincidência.
Infelizmente, porque antes, chegando com vinte minutos de antecedência, ainda tinha de esperar pelo embarque. Hoje, cheguei ao check in às sete e três minutos para um voo às sete e meia da manhã, e quase não embarcava («tem de chegar com trinta minutos de antecedência, que agora somos mesmo internacionais e com o novo aeroporto os procedimentos de embarque são mais demorados»). Mais: devo ter andado, entre o estacionamento e a porta de embarque, uns dois quilómetros. Custos intagíveis do progresso.
Dificuldades à partida, risco grave de contágio à chegada. Para evitar a má disposição dos taxistas da fila das «Chegadas», dirigi-me como habitualmente para a fila de taxis das «Partidas». Ena, tanto lampião. Tudo de cachecol, um deles parecia um profeta, com uma túnica vermelha e longa barba (parece que o homem se chama mesmo «barbas»). Ao longe, vi uma multidão rodeando umas grandes orelhas, e umas câmaras de televisão. Parece que por ali se davam entrevistas e vendiam uns pneus de ocasião. Será que os deixam sair do país? Supostamente, iam controlar as aves migratórias. Deviam, por precaução, abater todos os pardalecos, como fizeram na Turquia e na Roménia. Passavam antes em Alvalade, e levavam também o Ricardo. Por questões de Saúde Pública, obviamente.
Fugi a sete pés do aeroporto, que com tanta águia fiquei com medo de apanhar a gripe das aves...
Rodrigo Adão da Fonseca
P.S.: Este post é apenas uma brincadeira e uma provocação. Eu adoro o Benfica, só posso adorar, pois a seguir ao Porto tem sido o clube que me tem dado ao longo da vida mais alegrias. No sábado foi a excepção (o Ricardo Costa tem vindo a abalar uma tradição de dezenas de anos, que a defesa do FCP é solida, o homem anda mesmo perdido).