8.11.05

A HORA DE ANTÓNIO LOBO XAVIER



Nas jornadas parlamentares de hoje do CDS-PP, António Lobo Xavier, com o brilho que sempre o caracterizou, terá feito uma intervenção electrizante, profunda e mobilizadora. Denunciou o velho bloco central dos interesses instalado, desde há muito, em torno do PS e do PSD. Afirmou bem alto que ambos mentem ao eleitorado e, com uma clareza que, segundo se lê, terá sido linear, identificou as diferenças vincantes entre esses partidos e aquele que é, desde sempre, o seu, o CDS.
Parece que, em resultado deste ressurgimento, os militantes e dirigentes centristas, principalmente aqueles que andam mais desanimados com a liderança ausente de Ribeiro e Castro, terão voltado a olhar para Xavier com a fundada esperança de que este possa levar o partido às glórias de antanho.
Ausente Paulo Portas, ao que parece, para não mais voltar, estando o CDS órfão de pai e mãe, Lobo Xavier é o líder natural de que todos estavam à espera. Na verdade, brilho, talento, capacidade intelectual e dialética, mediatismo e penetração no eleitorado profundamente democrata-cristão são qualidades que lhe não faltam. Capacidade para governar Portugal, também não. Sozinho com o CDS, o que infelizmente será pouco provável, ou em coligação natural com Luís Marques Mendes, lado a lado, em missão de serviço, à frente dos destinos da Nação.
Depois da intervenção de hoje e da injecção de adrenalina política que contagiou o partido e o país, é chegada a altura de António Lobo Xavier retirar consequências políticas do estatuto que atingiu e, finalmente, assumir as suas responsabilidades para com o CDS, os portugueses e a Pátria. O país e o partido há muito que esperam dele um sina. Muito provavelmente, esse sinal terá sido dado hoje.