A sociedade das formigas é uma sociedade igualitária. Todas as formigas trabalham para o bem do formigueiro. Não existem divisões nem conflitos de interesses. Todas as formigas têm o mesmo interesse, garantir a sobrevivência e a reprodução da comunidade. O formigueiro é o estado socialista ideal.
Mas o formigueiro só é possível porque não é uma verdadeira sociedade. Todas as formigas têm exactamente o mesmo código genético. Não são indivíduos diferenciados. Todas têm o mesmo interesse genético: passar os seus genes às gerações futuras. Mas só a raínha tem capacidade reprodutora, todas as restantes formigas são estéreis. Sendo assim, o formigueiro não é uma sociedade de indivíduos que se relacionam entre si, é antes um indivíduo. A raínha é o órgão sexual desse indivíduo e todas as restantes formigas são células diferenciadas especializadas nas mais diferentes funções.
O formigueiro, muitas vezes tido como modelo para as sociedades humanas, apenas nos ajuda a compreender que o socialismo é possível se todos estiverem interessados em atingir o mesmo objectivo. Não é por acaso que os estatistas tentam impor à sociedade desígnios colectivos, que todos os ditadores tentaram uniformizar a sociedade através das forças armadas e da escola pública. E não é por acaso que todos os estados tentam controlar a reprodução. É que indivíduos independetes com interesses próprios são um empecilho para projectos colectivistas.
