Pode definir-se o consumismo como a aquisição compulsiva de bens e serviços supérfluos. Os factores da compulsividade são múltiplos e vão das sofisticadas e muitas vezes enganosas campanhas de marketing ao novo riquismo mais balofo, passando pela imagem, moda, pretensa aquisição de status, a terrível insaciabilidade dos "catraios" e pelas mais variadas "quadras" e "dias", geralmente de cariz religioso ou afectivo, mas na prática totalmente pagãs e materialistas. Todos estes factores são devidamente enquadrados e explorados até ao tutano pelas modernas estratégias de distribuição que a todos fascinam e conseguem romper os cordões mais resistentes da bolsa mais sovina.
Na quadra natalícia, o consumismo atinge o seu fulgor máximo e nunca como agora se gasta tanto com tão pouca utilidade. O esvaziamento das carteiras é tão dramático, que o "interesse público" exige uma "correcta" regulação estatista.
Poderia a mesma consubstanciar-se numa alteração do calendário, expurgando o mês de Dezembro. Mesmo que também se extinguisse o subsídio de Natal, ficaríamos todos com a carteira menos depauperada...