12.11.04

Arafat, herói e martir

Nas televisões, Arafat é o herói martir. Nem uma dúvida na mente do jornalista de serviço, nitidamente chocado com os festejos dos israelitas. O jornalista desaprova ódio, mas não lhe ocorre que o espectador se calhar gostaria de saber o que poderá gerar tal ódio. Como é que um santo homem pode gerar tanto ódio é a pergunta sem resposta. Mas, claro, o jornalismo existe para defender causas e não para responder a perguntas de espectadores chatos.

Ana Gomes reconhece que o homem cometeu erros, embora nao diga quais, e acrescenta que a um pai se perdoa tudo. Arafat, que deixou o seu povo na miséria e num beco sem saída, merece o perdão total que os líderes democraticamente eleitos não merecem.