31.3.05

EU TAMBÉM ACHO

Eu devo ter visto outro jogo. O que vi foi um jogo onde o Porto dominou os primeiros dez minutos, o Sporting equilibrou até aos 20, e passou a dominar daí até à expulsão de McCarthy, aos 34 minutos -altura emque o árbitro decidiu o desfecho do jogo.
Contra dez, o Sporting não criou qualquer oportunidade flagrante, só chegando ao golo de penalty e por uma precipitação de Seitaridis.
E, contra nove durante mais de meia hora, só chegou ao 2-0 cinco minutos para além da hora e tendo sofrido tantos calafrios com o ataque do Porto reduzido a um avançado, que todos vimos o desespero de Peseiro e ouvimos os assobios da bancada.
Pergunto-me o que teria sucedido se aquele Sporting que se arrastava contra nove tivesse tido de enfrentar onze até final.
A minha resposta vale o que vale: se o tivessem deixado jogar com onze, e por aquilo que conheço mesmo desta irreconhecível equipa, o FCPorto teria ganho aquele jogo. Porque, para mim e paradoxalmente, aquela «exibição notável» do Sporting,como lhe chamouPaulo Andrade, foi também o teste final que faltava para saber se o Sporting tem ou não «estofo de campeão». Não tem.
Aos poucos e ao longo da semana foi-se tornando evidente para a maioria que a expulsão de McCarthy fora, não apenas decisiva para o desfecho do jogo, como também reveladora de uma atitude pré-concebida contra o jogador, que vai de membros do CD a árbitros, passando por jornalistas. Porque será que nos jogos internacionais, seja nos europeus, seja nos da Selecção da África do Sul, o McCarthy nunca é expulso e é tido como um dos melhores pontas-de-lança em actvividade?