Parece que a natalidade anda muito por baixo. Ora, aqui está um «problema» que dá um fórum. E a solução é simples: apoios, subsídios e leis.
O sucesso reprodutivo sempre foi o objectivo último do poder. Os imperadores chineses tinham haréns. Na Idade Média, os nobres tinham legiões de criadas e o direito de pernada e os Papas amantes. Todos tinham carradas de filhos entre legítimos e bastardos.
Todos geraram a sua legião de castrados. Os imperadores chineses tinham eunucos. Na Idade Média, uma grande parte da população masculina ia parar aos conventos. E em todas as épocas os homens poderosos enviaram os jovens em idade reprodutiva para uma morte certa no campo de batalha.
O Nazismo pode ser visto como um movimento de massas em que as pessoas de uma determinada origem étnica financiam o seu próprio sucesso reprodutivo à custa das outras etnias com base numa economia de guerra. Os castrados do nazismo não são apenas todos os milhões de judeus, eslavos e de membros de outras etnias mortos ao longo da guerra. São também todos os milhões de jovens alemães mortos nos campos de batalha. Os dirigentes nazis não gostavam da concorrência e que melhor forma de eliminar a concorrência do que enviá-la para uma morte certa? Há aquela história do Rei David que mandou um dos seus oficiais para o local mais perigoso da batalha para lhe ficar com a mulher ...
A democracia de massas não é muito diferente. O poder já não está concentrado num só homem ou num pequeno grupo de homens. O poder democratizou-se. Em algumas democracias as facadas no matrimónio e os filhos ilegítimos dos candidatos são questões políticas da maior importância. Este fenómeno pode ser visto como um mecanismo de controlo do sucesso reprodutivo dos poderosos. O serviço militar obrigatório está a desaparecer e os poderosos já não se podem livrar tão facilmente da concorrência. Hoje em dia, só os membros das classes mais baixas é que acabam por morrer nos campos de batalha.
A solução do subsídio para a baixa da natalidade é uma falácia. O decréscimo da taxa de natalidade não é que é o problema. É um pretexto para que determinados grupos de pressão possam financiar o seu sucesso reprodutivo à custa dos impostos sobre o resto da sociedade. É que se os subsídios à natalidade incentivam a reprodução de alguns grupos, também desincentivam a reprodução dos grupos que têm que pagar impostos.
Quem são então os castrados da democracia? Os estéreis que subsidiam os filhos dos outros e que não podem por isso pagar os tratamentos de fertilidade e os jovens excluídos dos empregos públicos e que têm por isso que adiar o «casamento» e o nascimento do primeiro filho.
(post dedicado à APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas)