A digníssima Comissão de Disciplina decidiu: a "agressão" de Mcarty resulta em três (3) jogos (claro que apanha o jogo no Bessa...).
Depois de uma disputa de bola, Mcarty fica sentado no relvado. Rui Jorge senta-se nos seus ombros impedindo o sul-africano de se levantar. Mcarty dá-lhe um vulgaríssimo "chega pra lá" daqueles que se vêem centenas de vezes em cada jornada de todos os campeonatos.
Mas isto é Portugal, o país das aparições e das visões sobrenaturais que padeceu docemente, durante décadas, debaixo de uma ditadura católica e que elegeu um clube de futebol como o modelo popular do regime - a ditadura caiu mas todos os seus vícios mentais ficaram por cá.
Assim, com a aprovação dos muitos milhões que juram ter visto o que não aconteceu, o árbitro expulsou Mcarty e o país encarnado aplaudiu.
Aquela gentalha da Disciplina - as traseiras do direito português - quis ser mais papista que o propriamente dito e legitimar por excesso o ilegitimável.
O país volta à sua normalidade de águas paradas. A estabilidade bafienta espreita na política e nas mentalidades, o clube de todos os regimes volta a ser campeão (apesar das exibições vergonhosas e de continuamente nos envergonhar na Europa), as crenças e as superstições ganham alento, enfim, sempre, sempre na cauda de tudo o que fizer lembrar evolução.