15.4.05

Non, ou a vâ glória de mandar

Chirac está desesperado. Sabe que o Tratado constitucional europeu está ferido de morte, moribundo. Se não for a França, provavelmente serão os britânicos, holandeses ou os dinamarqueses a rejeitá-lo. Por isso, tenta salvar a sua e a face da França de forma a não ficarem com esse ónus. A coligação de forças sociais conservadoras francesas que se unem em torno dos comunistas, dos trotkistas, agricultores e lepenistas, defendem uma França isolada. Daí que a Chirac só lhe tenha mesmo restado o discurso contra os outros, em favor de uma França mítica. Pouco lhe importa já que todos os seus argumentos em favor do sim francês, se tornem, aos olhos do exterior, poderosos argumentos em favor do não:

1. Uma França fraca não pode continuar a garantir as ajudas comunitárias à agricultura.

2. A constituição europeia não é liberal

3. Os serviços públicos não serão liberalizados e continuarão protegidos por cada um dos Estados

4. Dentro de 10 a 15 dias serão tomadas medidas contra a «brutal invasão de texteis chineses»

5. O desemprego no Reino Unido é mais baixo mas tem regras sociais inaceitáveis para os franceses.

6. A União Europeia deverá ser «forte» e opor-se á corrente «ultraliberal» da globalização.

7. A PAC desaparecerá.