Palpita-me que a recente remodelaçao na CGD irá marcar uma ruptura ao nível do "grande centrao". Era muito falada a existência de um gentlemen's agreement entre o PS e o PSD para os cargos de topo das principais instituiçoes, designadamente a CGD e o Banco de Portugal.
Com efeito, independentemente do partido que estivesse no governo, as presidências da CGD e do BP vinham sendo partilhadas por figuras ligadas aos principais partidos. Com um tal entendimento, aquelas instituiçoes vinham sendo lideradas por figuras politicamente consensuais e de competência técnica indiscutível, permitindo assim de certa forma preservá-las dos instintos predadores mais cavernícolas dos aparelhos partidários.
Este consenso terá sido agora quebrado. O resultado disto será que, após cada mudança de partido de governo, iremos assistir a cada vez maiores razias em tudo quanto é instituiçao pública. O Estado será cada vez mais pequeno para a crescente insaciabilidade dos boys.
