19.10.05

As raposas à solta são um perigo, vamos prendê-las no galinheiro II

Vamos supor que existem dois grupos de pessoas: um grupo de pessoas egoístas e desonestas e um grupo de pessoas altruístas e honestas.

Se pudessemos escolher onde colocar cada grupo, que grupo deveria ir para o sector privado e que grupo deveria ir para o sector público?

O grupo das pessoas honestas e altruístas poderia ir para qualquer sector, o problema é onde colocamos as egoístas e desonestas. Se uma pessoa egoísta e desonesta for para o sector privado, poderá tentar enganar os clientes, o patrão ou os parceiros de negócio. Mas se o fizer não terá nem clientes, nem patrão, nem parceiros de negócio. Um egoísta poderá até preguiçar no trabalho, poderá abster-se de servir os clientes ou de colaborar com parceiros de negócio, mas se o fizer não terá grande sucesso. As relações de trabalho e de negócios no sector privado punem comportamentos anti-sociais. Os agentes, por muito desonestos que sejam só conseguem sobreviver se estabelecerem relações de cooperação com os seus colaboradores e se conseguirem servir satisfatoriamente os seus clientes.

Dado que o grupo de pessoas egoístas e desonestas não se iria dar muito bem no sector privado e dado que vivemos num estado solidário onde todos têm direito ao emprego, teremos que meter essas pessoas no sector público a servir o seu concidadão nos balcões das finanças, a interpretar regulamentos (os funcionários públicos passam a vida a interpretar legislação funcionando como juízes), a gerir escolas e hospitais a fiscalizar obras, a decidir concursos públicos, a gerir o dinheiro das obras públicas, a gerir empresas públicas, a tomar decisões estratégicas sobre o sector energético, a decidir a construção de novos aeroportos ...