O Professor Oliveira Marques demitiu-se a semana passada da Metro do Porto, que dirigiu com elevado mérito e rigor ao longo dos últimos anos.
Oliveira Marques representava um pólo de independência da gestão da Metro do Porto face ao poder político, seja ele qual fosse, e foi com elevado sentido de responsabilidade e rigor técnico e financeiro que exerceu as funções que lhe foram atribuídas.
Durante alguns dias, não comentei aqui este facto, porque procurei perceber melhor o que poderia estar na origem de tal decisão.
Hoje, digo que a demissão de Oliveira Marques fragiliza a empresa, e deixa-a vulnerável à intenção de politização da sua actividade.
Perdem os cidadãos, os utentes e potenciais utentes da Metro do Porto. O Estado e o Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, querem controlar a empresa e os seus destinos.
Não foi à toa nem por descuido que Mário Lino insinuou «derrapagens» e «irregularidades», que não existem. Mário Lino em breve atingirá os seus intentos, e tomará de assalto a Metro do Porto. Depois, fica livre para aprovar as linhas que faltam, disponibilizar as verbas ... e, obviamente, controlar as decisões de gestão.
É nestas alturas que percebemos onde é que não deve existir «Estado». E a quem é que ele (Estado) serve.
Rodrigo Adão da Fonseca