19.10.05

Farmácias: um primeiro passo? - II

A avaliar por uma amostra de opiniões expressas no fórum TSF, sobre a temática da liberalização (mitigada - ver post anterior) da actividade das farmácias, uma parte significativa dos portugueses acha que, entre outras coisas:

- o funcionamento das farmácias é muito bom - logo, para quê alterar o estado das coisas (argumento conservador-preguiçoso);

- o Governo tem mais com que se preocupar: por que é que se lembrou disto?! (argumento da teoria da conspiração, versão ingénua ou distraída);

- há muitos problemas bem mais graves na sáude; há as listas de espera, há a falta de médicos, há o problema das taxas moderadoras, há a falta de centros de saúde, há a questão das vagas (numerus clausulus) das Faculdades de Medicina, há o preço dos medicamentos, há o mau atendimento nas urgências dos Hospitais Públicos, logo, "isto" (das farmácias) não é problema nenhum, tudo deveria ficar como está; o Governo quer atirar "areia para os olhos" das pessoas (argumento de um farmacêutico bem instalado);

Claro que ninguém se lembrou de falar nas restrições à liberdade de concorrência, na impossibilidade de se investir livremente na abertura de uma farmácia, no eventual acréscimo de qualidade (sem que se perca a que já existe) no atendimento e no serviço prestado aos utentes, etc., etc., etc...