5.10.05

O amigo do bandido II

O súbito pudor legalista provocado pelo post anterior é muito interessante. É verdade que o sr. Alcobia já cumpriu pena, mas continua a ter no curriculo a participação numa organização terrorista que combateu o regime democrático, o que não pode deixar de ser politicamente relevante. Mas o que muitos leitores não parecem apreciar é a ironia da situação. Estamos a falar de um membro do Bloco de Esquerda, um partido moralista que tem usado a expressão «candidato bandido» para descrever candidatos que continuam a ser considerados pela justiça como inocentes. Claro que a condição de arguido é politicamente relevante, mas só o pode ser para quem não tem nenhuma espécie de pudor legalista. Quem considera a condição de arguido politicamente relevante, não pode considerar que a condição de ex-terrorista não o é.