15.11.05

Sobre o conceito de inovação e as virtudes da análise do processo na Escola Austríaca

Caro LAC-C,

Apesar de ser jurista, li com atenção este teu post, seguindo o link do JM. O seu título - Coordenação privada e intervenção estatal. Socialismo, mercado e cooperação ou a Economia enquanto ciência moral - aponta para uma brilhante e dedutiva explicação do fenómeno da utilização eficiente do famoso «vaso» por ambos os sexos, ao bom estilo neoclássico. Pressupostos claramente definidos (homens e mulheres em igual número, que utilizam intercaladamente o respectivo, procura da solução óptima, afastamento de elementos que atrapalhem a análise, como a equidade sexual, isso não interessa nada para esta análise, pode muito bem ficar para outro post...), avaliação à luz das mais diversas «regras da Economia», busca de pontos de equilíbrio, preocupação com a definição dos custos, muito bom trabalho, sem dúvida.

Como humilde aprendiz da Escola Austríaca, porém, e sem prejuízo de ter apreciado o teu belo esforço explicativo, ainda assim penso que a solução economicamente mais eficiente não foi apresentada no teu post, e será aquela que põe homens e mulheres a utilizar o dito objecto com a tampa em baixo. Sei que esta solução sai fora dos pressupostos definidos, estáticos (e um dos pressupostos é que nem homens nem mulheres cedem na sua especificidade), mas é aquela que elimina do processo de utilização o desnecessário levantar e baixar da respectiva.

Admito que possam existir fortes resistências culturais para implementação desta solução mais eficiente. E que ela só possa ser atingida se todos acordarem seguir esta convenção. Mas que é a mais eficiente, é.

Golden Rule: Keep it Simple.

Rodrigo Adão da Fonseca

P.S. Caro LA-C, espero que ninguém se lembre de ler o teu post e desate a criar uma entidade reguladora que garanta o cumprimento do imperativo e politicamente correcto gesto do levantar e baixar da tampa. Ainda bem que o berreiro que assististe ocorreu em Taiwan; se fosse cá, a TVI aparecia logo, e depois o Governo tinha de actuar. A DECO protestava e zás, logo logo tinhamos de gramar com uma nova lei e com uma Entidade Reguladora que garantisse o adequado cumprimento das regras, segundo os padrões de eficiência que tão bem definiste.