29.6.06

Tempo do patrão

Daniel Oliveira não gostou da expressão "tempo do patrão". Mas a expressão é perfeitamente adequada. Os trabalhadores costumam receber um salário. Ora este salário não é uma dádiva nem um subsídio. É pago em troca do tempo que o trabalhador está ao serviço da empresa. Nenhuma empresa tem interesse em pagar salários a quem não passa tempo nenhum ao serviço da empresa. Nem existe nenhuma justificação para que uma empresa deva ser obrigada a pagar a um trabalhador que usa o seu tempo de trabalho ao serviço dos seus interesses privados. Isso não quer dizer que o trabalhador seja do patrão, quer apenas dizer que o salário só se justifica se durante o tempo que é suposto o trabalhador estar a trabalhar ele esteja de facto a trabalhar para o patrão e não para si próprio. A situação dos professores destacados nos sindicatos é totalmente aberrante porque eles estão a ser pagos a pretexto de dedicarem o seu tempo a servir o público (dando aulas ou realizando outras tarefas para o Ministério), mas o que eles fazem na realidade é dedicar o seu tempo aos seus interesses privados e aos dos outros trabalhadores sindicalizados. Ora, não faz sentido nenhum que uma organização privada como um sindicato seja financiada pelos contribuintes para defender interesses contrários aos interesses dos contribuintes.