O Financial Times dá primeiro notícia de um relatório confidencial da Comissão europeia com as objecções à polémica fusão da EDP e da GDP e depois revela que a intenção de Bruxelas é mesmo "chumbar" o negócio. A Comissão argumenta que tal fusão eliminaria uma potencial concorrência entre ambas as empresas, cada uma delas a entrar no negócio da outra, além de dar à EDP uma vantagem sobre as suas competidoras na produção de electricidade, dado o acesso privilegiado ao gás natural com que ficaria.
É evidente que quem suportará a factura são os consumidores de gás e electricidade, que pagarão em preços mais altos a falta de concorrência. A concretizar-se a anunciada proibição ela constituiria uma rude golpe tanto na EDP como nos dois governos da actual maioria, que conceberam e engendraram esta fusão privilegiando os interesses da eléctrica sobre os interesses dos consumidores.
No entanto, há quem argumente que:
1. Se a EDP e a GDP não se fundirem, o mercado português fica expostos à concorrência espanhola e as EDP e a GDP ficam, cada uma por si, mais vulneráveis quer à concorrência quer à aquisição por empresas estrangeiras. Ou seja, se a EDP e a GDP não se fundirem, os centros de decisão nacionais perdem importância e podem mesmo desaparecer.
2. O estado não deve permitir a concorrência selvagem e deve assegurar a estabilidade de cada sector económico. Por isso, o estado deve garantir a sustentabilidade comercial das empresas já existentes. Como a GDP é essencial para a sustentabilidad económica da EDP ...