Passada a ressaca eleitoral, com o governo em exercício de funções, Parlamento empossado, o país desce das maravilhas e procura receitas para a "crise".
A "crise" é, em primeiro lugar, orçamental, ou seja, o Estado "estoura" mais do que aquilo que previu gastar.
O país vive na ilusão que é essencial ter um orçamento "equilibrado", onde o que se cobra equivale, grosso modo, ao que se gasta. Este cenário já não seria muito mau: ao menos o voraz apetite do Estado apenas teria consequências no ano em questão, não onerando o futuro. Na verdade, num cenário em que o orçamento estivesse, digamos "equilibrado", a prioridade seria analisar se o Estado "gasta bem" os recursos que, mediante coerção legal, sonega à sociedade civil.
Infelizmente, no momento, estamos apenas preocupados em saber como se "acalma" o "bicho"; o Estado come muito, mesmo muito, está cheio de fome: todos os economistas, alinhados com o governo, ditam a "receita mágica": temos de lhe dar mais comida, sobem-se os impostos, até se saciar a fome imediata.
Pessoalmente, acho que estamos perante um caso crítico de "dieta", só que ninguém assume o ónus de a receitar.
Mas que impostos subir? O problema é que, na horta, já não há couves; no pomar, já não há fruta; rareia o peixe, a vaca tem as tetas murchas, os ovinhos kinder já não trazem surpresas ?
Estamos a chegar a um ponto de ruptura. A capacidade do Estado cobrar impostos atingiu o seu limite. Está na hora de dizer: BASTA!