Hoje de manhã, perado em mais uma interminável fila de trânsito no Porto, distraidamemnte ia ouvindo o fórum da TSF!
Algo chamou-me a atenção. Discutiam-se automóveis....o que para quem está "engarrafado" até acaba por ser, de certa forma, um tema a propósito. Passei a escutar com mais atenção: o que se discutia era a "fiscalidade automóvel", na sequência das declarações de Vitor Constâncio, Governador do Banco de Portugal.
Impostos sobre o sector automóvel, Scut's, portagens e autoestradas, concessões, Brisas e outras concessionárias, etc., etc., tudo isso, à parte, o que retive foi a intervenção de um jornalista convidado, Director da Revista Turbo, que elaborou um estudo comparativo da fiscalidade automóvel na União Europeia. E fê-lo de uma forma simples e clara e seguiu critérios de ..diría...realidade material das coisas, sem falácias ou sombras enganosas, fundadas em pretensos números e estatísticas.
Qual o critério?
Estudou apenas o Imposto Automóvel (I.A.). Ou seja, nem sequer inclui os outros inúmeros impostos que oneram o comércio e o sector automóvel (imposto de selo, imposto sobre os combustíveis, I.V.A. sobre o preço, calculado também sobre o valor do I.A., etc., etc., etc,). Comparou os vários I.A's que ainda existem na União Europeia .
Conclusões:
A Dinamarca e a Finlândia detêm os I.A's mais elevados, logo seguidas por Portugal.
Na Dinamarca a percentagem do dito imposto no preço de uma viatura é de cerca de 120%. Na Finlândia chega quase aos 70%, contra cerca de 55% em Portugal.
Porém, o referido estudo comparativo, pelo que percebi, não ficou por aqui. O referido jornalista (Director) da Turbo utilizou, ainda, como padrão comparativo o salário (de trabalho dependente) médio dos vários Estados-membros.
Aqui a posição de Portugal no ranking dos mais ferozes Estados tributadores (rectius, trituradores do dinheiro dos contribuintes!?) passa a ser única e...quase imbatível:
Considerando o preço de um Fiat Punto (1200 cc.), na Dinamarca esse carro adquire-se com cerca de 8 salários; na Finlândia, com cerca de 11 salários e em Portugal serão - pelas contas do referido jornalista - necessários cerca de 16 salários médios para adquirir tal viatura!
Note-se, ainda, que, em certos Estados-membros (como o Luxemburgo) com esse preço - equivalente a 16 salários médios de trabalho dependente - adquire-se um Mercedes Classe E!!!