1. As ideologias políticas continuam a ser, tal como sempre o foram, fundamentais para a governação e o desenvolvimento dos vários países.
2. Contudo, e ao contrário do que se poderia supor, a boa ideologia não faz necessariamente a boa governação.
3. Algumas ideologias, tais como o nacional-socialismo ou o comunismo, já foram suficientemente testadas para se poder concluir que se associam a maus resultados, o que não é de estranhar, dados os princípios filosóficos/éticos de que partiram.
4. Na maioria dos países democráticos, a governação é influenciada por uma mistura de elementos ideológicos/filosóficos socialistas e liberais, por vezes com componentes de tipo conservador.
5. Os elementos conservadores, ao contrário dos outros dois tipos, são mais variáveis de país para país, uma vez que radicam, com frequência, em aspectos provenientes dos costumes de cada país, e mesmo, por vezes, em elementos derivados de normas de origem religiosa.
6. Já as ideologias principais da actualidade, o socialismo e o liberalismo, conjugam-se de forma variável, não só entre si, como também com uma outra característica, o estatismo.
7. O estatismo, embora caracteristicamente associado ao socialismo, é intrinsecamente independente dele, uma vez que a sua essência reside, não no conceito fundamental do socialismo, mas em tentativas de implementação da mesma filosofia.
8. Os resultados da governação dependem de factores tais como a qualidade dos políticos e as circunstâncias particulares (tais como a conjuntura económica).
9. Boas ideologias, aplicadas por maus intérpretes em circunstâncias adversas, podem, infelizmente, levar a maus resultados.
10. Embora cada ideologia deva ser avaliada, antes de mais, em função dos seus princípios, o seu impacto prático deve, em consequência, ser apreciado através da sua aplicação em vários pontos do planeta e em vários momentos temporais.
José Pedro L. Nunes