... E as políticas são definidas nos grandes partidos.
Por isso defendo a criação de correntes liberais nos partidos de poder.
Admito que esta perspectiva levante reservas, como as que pertinentemente foram levantadas pelo Gabriel Silva - que preferiria um partido liberal puro, para não ter de se submeter a uma certa "guerrilha" partidária (aspecto bem compreensível, diga-se de passagem) - ou pelo José Barros - que entende que o liberalismo sem partido ficará refém das conjunturas e do resultado de uma luta desigual com os conservadorismos e as sociais-democracias do PP, PSD e do PS (preferindo "semear" o liberalismo a partir de uma estrutura partidária totalmente liberal).
Nenhum partido criado fora do quadro saído do 25 de Abril conseguiu afirmar-se na sociedade portuguesa. PRD, PND e outros que tais afinal foram fogos fáctuos que não sobreviveram a dois ou três processos eleitorais. O BdE, apresentado como "nova" força política (em certa medida, é), do ponto de vista partidário assenta numa plataforma antiga, do PSR e da UDP, que dispunham de estruturas muito bem organizadas.
Por isso, e após analisar os vários comentários produzidos, com os pés na terra, continuo a considerar ser bem mais viável e efectivo disseminar o liberalismo na comunicação social, nas universidades, e nos partidos de poder, não limitando o raio de acção ao espaço político que seria concedido a um partido de matriz liberal.
Rodrigo Adão da Fonseca