Retirar o retrato de Freitas do Amaral da entrada da sede nacional do partido que fundou e onde estava, por mérito próprio, ao lado dos demais presidentes desse partido, é uma patetice sem qualificação, que demonstra como se prepara para fazer política o CDS sem Paulo Portas.
O gesto, explicado pelo secretário-geral do partido, não tem pés nem cabeça e só demonstra a desorientação pós-eleitoral do partido. Se foi uma atitude de raiva, há que recordar ao secretário-geral que as paredes do Caldas não são propriamente uma mesinha de cabeceira donde se expurgam os amores perdidos. Se se tiver como boa a justificação dada pelo próprio ("Temos muita juventude a aderir ao CDS e ontem essa juventude perguntava porque é que temos na nossa sede o retrato de uma pessoa que frequentou comícios do Bloco de Esquerda e agora é ministro do PS"), então, é de pôr as mãos à cabeça pela alarvidade e ignorância dos recém aderentes "jovens populares". De todo o modo, o melhor é dar o assunto por esquecido, e deixar por lá a figura do venerando professor, no local próprio, que é a de fundador do Partido do Centro Democrático e Social, no ano remoto e histórico de 1974.