Estes relatos de mortes e torturas nas prisões portuguesas são do pior que pode existir.
Ainda ontem vinha no Jornal de Notícias (não encontrei o link), a notícia da morte numa prisão de Vila Real de mais um preso preventivo. Morte essa que não tinha sido comunicada em tempo devido à Polícia Judiciária, impedindo que fossem recolhidos indícios e realizadas peritagens. Ou seja, a investigação foi boicotada pelas próprias forças policiais, o que reforça as suspeitas de que algo de grave se passa dentro das prisões.
Mas se todos estas práticas estranhas, estes códigos de silêncio que os guardas se impõem internamente (ninguém viu, ninguém fala, ninguém sabe), mais estranho e preocupante é os dirigentes das estruturas policiais, e as instituições defensoras da lei e dos direitos do cidadão não reagirem energicamente a estes relatos.
Não existe um Inspector das polícias? Um Procurador Geral da República? Um Bastonário dos Advogados? Um Ministro da Administração Interna? Um Ministro da Justiça? Um Provedor de Justiça?
Está tudo distraído, são todos incompetentes, ninguém quer saber, ou o seu silêncio deriva de questões que não são conhecidas?