19.3.05

Sobre a constituição de um Partido Liberal ? II

Após as eleições deu-se um interessante movimento reflexivo, marcadamente negacionista, sobre a oportunidade de criação de um espaço político de cariz liberal. Ver resumo e links no Impertinências.
Todos os intervenientes defenderam a inoportunidade (e sobretudo da inconveniência), de criação de um partido político liberal. Os argumentos tem sido vários, consubstanciando-se basicamente em:
- Os partidos de poder estão sedimentados, não havendo espaço político para o crescimento de uma terceira força política no centro/direita
- Porque o liberalismo não é uma ideologia, mas uma ideia estética/ética.
- Porque o liberalismo tem horror ao governo do Estado sobre os cidadãos, não devendo portanto, desejar assumir-se como governo/gestor do Estado;
- Por fim, defendem do muito interesse em que as diferentes correntes liberais impulsionem por dentro os partidos de poder, por forma a estes adoptarem pontualmente políticas liberais;
Dado o excelente nível argumentatório, confesso não ter substrato para participar ao mesmo nível em tal discussão.
Apenas constato que pessoas que muito considero e prezo, forneceram-me um quadro doutrinário que inviabiliza, se alguma vez tal pretensão eu tivesse, a minha participação em qualquer dos partidos políticos existentes. É que nunca terei estofo para ser um infiltrado em organizações defensoras de visões da sociedade que pessoalmente sinto o dever de contrariar, como é o caso do socialismo democrático e o conservadorismo.