Sete milhões de euros é o pedido por uma farmácia à venda no centro de Coimbra. Outra, localizada no centro de Santarém, vale mais de cinco milhões de euros. Uma terceira, na Rua de Santa Catarina, no Porto, custa outros tantos. E por aí adiante. São valores milionários (qualquer coisa como 1,4 milhões de contos no caso de Coimbra, um milhão nos outros dois) que serve de aferição à apetência que o negócio das farmácias gera em Portugal, mas que ninguém no sector parece estranhar.
A escassez artificial de farmácias faz aumentar os lucros das existentes. Quanto maior o rendimento de uma farmácia maior o seu preço. Os detentores de capital querem maximizá-lo. Supondo que o preço de mercado do capital é de 5%, o rendimento da farmácia tem que ser 5% do preço da farmácia. Uma farmácia de um milhão de contos terá que ter um rendimento de 50 mil contos/ano.