Nisto, ao olhar acidentalmente para o lugar da praia onde tinha deixado os chinelos vi um rapazote a experimentá-los pacatamente. Esperei. O mancebo tinha uma mulher mais velha por perto, certamente a sua mae. Trocaram algumas palavras e os dois comecaram a caminhar em direccao á saída da praia.
Saí do mar tao depressa como tinha entrado. Gritei e o rapaz viu-me e parou. Com o olhar que a situacao merecia apontei-lhe para os chinelos. Atrapalhado, balbuciou:
- Sao seus?! Pensei que eram meus...
A custo contive o meu espanto - no meio de um naipe imenso de nacionalidades o tipo que se aprestava para me gamar os chinelos era... portugues!
Entretanto, a provável mae do delinquente permanecia calada e olhava a cena com uma naturalidade desarmante.
Peguei nos chinelos e lancei-os para o lugar da praia onde tinham estado. O ganapo, já com um sorriso aliviado, atirou-me um bajulador «Sorry».
Sem nada dizer voltei a mergulhar.
escrito em desespero num teclado estranhíssimo e quase sem acentos