16.11.05

AS VERDADES QUE OS BLOGUES PÕEM A NU

António Ribeiro Ferreira entendeu passar, directamente, da reacção corporativa para isto.
Primeiro, sisudamente, diz que a blogosfera é um espaço de «liberdade» e de «grande responsabilidade» - logo de seguida, elabora estes magníficos textos, plenos dessa tal responsabilidade, derramando o sentido de seriedade jornalística e blogosférica que tanto gosta de apregoar e, sobretudo, transbordando generosamente o talento que tantos dos seus colegas e amigos lhe reconhecem.
A dado passo grita, sempre graciosamente, ARF: «Chegou a hora de saber quem é esse imbecil. Dos pés à cabeça. De manhã à noite. Do pequeno-almoço ao jantar».
No seu sítio, já me disponibilizei para fornecer todos os elementos que sejam necessários. Adianto, no entanto, a ociosidade do pedido: para saber quem sou basta ler o Blasfémias - exercício que me parece ser de grande utilidade para ARF, quase urgente, quanto mais não seja para aprender como se faz um blogue...
Mas confesso que algumas das solicitações me deixaram perplexo: ARF, quer apreender as minúcias dos meus hábitos alimentares - aqui não pode haver cedências! Sem dúvida alguma que as suas "fontes" já o informaram das minhas aptidões culinárias e gastronómicas que, aliás, os meus 110 kg tão bem atestam. Mas ARF pode esperar muito bem sentado que não lhe revelarei nenhum dos meus truques e segredos de cozinha já que - insisto! - estes integram o núcleo duro da minha vida privada.
Ainda, ARF quer saber como sou «dos pés à cabeça»? Para quê? Será que tem em vista um exame corporal circunstanciado do género daquele a que Paulo Pedroso foi judicialmente obrigado?
ARF chega ao ponto de pretender enxergar o que faço «de manhã à noite»? Com que intenção? Que objectivos extravagantes existirão em conhecer pormenorizadamente o meu quotidiano? Pondo de lado a desagradável, mas quase inevitável, sensação de assédio, só me resta interpretar esta reivindicação como uma ameaça.
Deve ser isso - ARF, tristemente iludido na crença de que faz parte de uma espécie de polícia política do regime e da sua corporação de escribas, capaz de arrasar tudo e todos a seu bel-prazer, quer saber quem sou, como sou, o que faço e o que como, com a intenção de usar aquilo que julga ser o seu imenso poder para me... prejudicar.

Já estou avisado. Da ameaça e da qualidade do carácter do ser que a expeliu. Estarei atento e expectante.
E, cada vez mais divertido, aguardo ansiosamente a continuação destes momentos de enorme qualidade literária (Nobel, por onde andas?!) e de exemplo de integridade jornalística com que o ARF queira continuar a brindar esta nossa alegre blogosfera.