10.11.05

Do anonimato

Velha questão.
Em quase todos os orgãos de informação existe informação, textos, peças não assinados, sem que tal se possa confundir com «anonimato». Nesses casos, sempre existe a figura de um director que assume a respectiva responsabildiade por aquilo que é publicado ou difundido.
Nos blogs (que não são nenhuma forma de jornalismo, mas sim de comunicação), tal não sucede.
Mas será a opinião ali publicada «anónima»?
Não necessáriamente. A utilização de pseudónimo, que na internet se vulgarizou chamar de «nickname», é uma tradição ancestral em todas as formas de comunicação. A diferença entre alguém assinar como «Miguel Torga», «Mário Claúdio», «Willy Brandt», «tchernignobyl» ou «Brainstormz» é igual a zero. Nomeadamente se todos eles «comunicarem», isto é interagirem. Seja respondendo nos seus meios de emissão, seja mediante outras formas como nos blogs, da existência de um endereço de email funcional. A tudo isto acresce, como bem chama a atenção o PMF, a existência, no caso dos blogs, de um endereço de internet, que identifica o suporte de emissão pública, logo, escrutinável por toda a gente. Assim e a meu ver (contráriamente ao defendido por António Granado), deverá o mesmo ser sempre referenciado, sem que tal impeça em nada a investigação de quem seja o autor, da veracidade, das informações, da análise da pertinência e fundamentação das opiniões emitidas ou dos interesses (próprios/alheios) que estejam em causa. Pois o que sempre deverá estar em causa, é a pertinência/validade do que é emitido e não, primáriamente, a qualidade do emissor. Ambas as questões tem o seu lugar, mas a segunda não deve impedir/coartar a primeira.