Ontem foi Costinha. Hoje o Figo. Amanhã, se calhar, o Ricardo ou o Simão. Todos a balir bajuladoramente pela renovação do contrato do treinador que, por mera coincidência, é quem decide se eles jogam ou não. Quem quiser acreditar na espontaneidade do gesto dos jogadores que o faça livremente; a mim, tudo isto me soa à matreirice boçal de uma combinação de balneário.Mas a encenação, embora grosseira, está prestes a funcionar: depois da vitória sobre o fraquíssimo Irão, no próximo sábado, o cada vez mais aloirado sr. Gilberto Madaíl - coloração capilar certamente derivada de uma intensa simpatia teutónica -, anunciará a tão esperada e requerida continuação do devoto da Sra. de Caravaggio. O país, comovido com tanta solidariedade, aplaudirá.
Vem-me à memória uma frase que certo dia ouvi a um político que até chegou a ministro: "neste país, compensa fazer dos outros estúpidos".
