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Todavia, esta não é, ao contrário do que legitimamente se poderia supor, uma boa notícia. É que os fundos comunitários não são exactamente uma forma de premiar a produtividade ou o sucesso económico dos Estados-membros da União, mas, pelo contrário, o reconhecimento do subdesenvolvimento dos beneficiados. No caso português, a situação é ainda mais grave, na medida em que não acabámos propriamente de entrar agora nas Comunidades. Já lá estamos desde 1986, já lhes extorquimos milhões e milhões em fundos que deveriam ter servido para suportar o nosso desenvolvimento e resultado está à vista: continuamos na «cauda» da Europa, ultrapassados pela Grécia, pelo Chipre e, muito em breve, pelos restantes nove países da quinta adesão. Não nos endireitámos até agora e não vai ser certamente com mais esta nova remessa de fundos, que é o reconhecimento explícito da nossa incompetência, que nos endireitaremos.
Daqui por seis anos, o mais provável é já termos sido ultrapassados pela quase totalidade dos novos membros da União. Roménia e Bulgária, membros de pleno direito a partir de 1 de Janeiro de 2007, incluídas.