49,42% dos eleitores da Catalunha sentiram-se minimamente motivados para se pronunciarem sobre um novo Estatuto autonómico, o qual tem como grandes novidades apenas 3 questões: a) A Catalunha passa a ser uma «nação» (seja lá o isso o que for);
b) Há uma nova relação de distribuição das receitas de impostos, mais favorável às autoridades autonómicas;
c) As autoridades regionais passarão a dispor de mais poderes para imporem a língua e cultura «estatal» catalã, àqueles outros cidadãos que a não desejam ter, nem dela necessitam;
Nota: 40,4% tem o catalão como língua materna e 50,1% usa-a como língua habitual.
Dessa minoria de eleitores, 73,9% votaram favoravelmente.
###Em nada o padrão político desta «construção» se desvia das experiências históricas passadas em outras paragens, igualmente uniformizadoras e igualmente impostas, contra a diversidade e a livre opção: o poder político decide «unificar» em nome de um passado distante «legitimador», excluíndo a divergência e renegando-a como fora da «cidadania» (os «outros»). Depois, por efeito dessa crescente unificação, geralmente baseada na construção linguística e de um passado histórico, vai-se avançando em camadas. Exigem-se novos poderes, considerados «naturais» e «originários», baseados exactamente em supostas e artificiais unidades espaciais, históricas e linguísticas (por vezes também religiosas). Mas o poder sobre a língua é sempre o mais utilizado ( por ser o único flexível/moldável e pelo qual se obtêm resultados em função da acção política, não sendo assim tão fácil mudar as realidades geográficas e históricas).