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Uma das criticas que é feita ao capitalismo é que os capitalistas, para obterem lucro, estão dispostos a tudo, inclusive a destruir os recursos naturais que geram o lucro. Por exemplo, um agricultor não estaria interessado em investir em métodos de conservação do solo porque o que lhe interessa não é conservar a sua propriedade em bom estado mas sim maximizar a produção agricola para vender o mais possível.
O problema desde raciocínio é que pressupõe que um capitalista está interessado acima de tudo em maximizar as receitas. O que um capitalista pretende é, depois de descontado o seu consumo, maximizar o valor dos seus activos, quer eles estejam sob a forma de dinheiro vivo, quer eles estejam sob a forma de propriedades. Ora, o valor de uma propriedade depende do seu estado de conservação e um capitalista que destrói o seu próprio capital para maximizar a receita está a empobrecer-se. Um capitalista tem mesmo um incentivo para melhorar o estado de conservação das suas propriedades porque se o fizer está a ficar mais rico.
Um agricultor não tem nenhum interesse em destruir o solo das suas próprias propriedades para produzir um bocadinho mais e ganhar um bocadinho mais porque o dinheiro em excesso seria conseguido às custas do valor da sua própria propriedade porque o valor de mercado de um terreno agrícola é tanto maior quanto maior for o seu estado de conservação.
No entanto, quem explora temporariamente uma propriedade que não é sua terá tendência para maximizar as receitas à custa do estado de conservação e do valor da propriedade. Isto acontece porque quem explora uma propriedade está interessado em maximizar os seus activos e não os activos do dono da propriedade.
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