21.2.05

PSD - E AGORA?

O meu amigo RAF já anunciou as suas preferências: José Pedro Aguiar Branco para presidente do PSD e Manuela Ferreira Leite para a presidência da república.
Não me vou pronunciar acerca das pessoas em causa que, aliás, considero bem preparadas para os cargos em questão.
Apenas saliento que ambos partilham o mesmo estorvo (a meu ver, insuperável) - estiveram demasiado ligados à desgraça governativa dos últimos 3 anos. Ambos foram ministros. Ambos pertenceram a Governos que defraudaram as mais elementares expectativas do eleitorado não-socialista. Ambos estiveram ao lado de exemplos e acções que têm de ser suplantadas. Ambos reflectem a impossibilidade histórica de se virar verdadeiramente esta triste página que o PSD tresleu durante estes anos.
JPAB está, até, em situação bastante pior como já aqui escrevi, pois culmina estas razões com o facto de ter aceite ser cabeça-de-lista no Porto, nos deputados gerados por Santana.
Embora tal epíteto lhe possa ser repugnante, aos olhos de quase todos JPAB transformou-se num santanista e afundou-se - para já - naquelas areias movediças da canção do guerreiro-menino e do amor-a-tudo-e-a-mais-alguma-coisa daquele irresponsável que aceitou e apoiou como líder (como escrevi em devido tempo).
Logo, se o PSD quiser mudar, nenhuma destas figuras serve, não podem servir. Mais do que nunca, urge inovar, mostrar diferença.

O PSD ainda não o percebeu inteiramente mas está a lutar pela sua sobrevivência enquanto partido.
Os próximos actos eleitorais, autárquicas e presidenciais, serão decisivos e poderão ser fatais. Se não existir um sinal claro de mudança, se não surgir gente nova, de cara lavada e discurso desempoeirado, completamente liberta das grilhetas deste passado, os piores vaticínios serão verosímeis. O ego de Santana e a acefalia política dos seus seguidores aparelhísticos nunca deixarão perceber o que se passou ontem.
Os militantes terão de vencer a sua estrutura para salvar o seu partido.
A ver vamos.