Marques da Costa, da Ordem dos Farmaceûticos, afirmou que a reacção de oposição à medida em causa (a da venda dos medicamentos não sujeitos a prescrição médica, fora das farmácias) fundava-se em "razões técnicas" e, claro está, nem de perto, nem de longe, em razões "políticas e corporativas".
Marques da Costa exemplificou, ainda, o seu raciocínio, dizendo que «Quando um medicamento é tratado como um produto de consumo vulgar naturalmente há uma apetência para o uso abusivo e esse acaba por ser nefasto».
Ora, pergunta-se:
1 - Que razões técnicas são essas que, aparentemente, só colhem em Portugal, uma vez que em Espanha, em Inglaterra, na Bélgica, nos Estados-Unidos e, de um modo geral, um pouco por todo o lado, tal problema (técnico, evidentemente!!!) não se coloca?!
Será que os Portugueses estão mais avançados do que o resto do mundo, no que diz respeito à problemática (técnica, já se vê!!!) farmacêutica?! Ou pelo contrário, serão mais irresponsáveis, mais atrasados, menos inteligentes e civilizados do que os restantes povos?!
2 - Se o problema é o eventual risco de consumo excessivo (de aspirinas, de sais de frutos, de analgésicos ou de vitaminas), então, como se explica que, no que diz respeito aos ansiolíticos e outros medicamentos do género, sujeitos a prescrição e a apertado controlo médico (pelo menos, assim deveria ser!), unica e exclusivamente vendidos nas farmácias, Portugal apresente (aí sim!!!) índices de consumo excessivo que - como foi já noticiado na semana passada - preocupam algumas organizações internacionais e comunitárias?