Há vinte e tal anos, depois da morte de Adelino Amaro da Costa e do fim dos governos da AD liderados por Francisco Pinto Balsemão, Freitas do Amaral abandonou a liderança do CDS. Disputaram-na, por um lado, Francisco Lucas Pires e Adriano Moreira, e, por outro lado, Luís Beiroco. Mais tarde, com o abandono de Lucas Pires, os congressistas tiveram de escolher entre Adriano Moreira e Morais Leitão. Todos os quatro tinham uma vida profissional exemplar, nos dois primeiros casos até mesmo brilhante. Todos estavam próximos da política, mas nenhum era propriamente o que hoje se designa por «homem do aparelho» ou um político-dependente.
Agora compare-se o cenário provocado pela sucessão de Paulo Portas. As movimentações das «estruturas» partidárias. As figuras envolvidas, os seus «curriculae» profissionais e, sobretudo, a sua relação de dependência/independência para com a vida política e partidária. Dá que pensar, não dá?