O número de Fevereiro de 2005 do Boletim Universidade do Porto, publica um artigo de JOSÉ C. PRÍNCIPE, português, Professor na Universidade da Florida, EUA (págs. 33-36 e sem link disponível).
Esse texto, intitulado Obstáculos à Excelência Académica e da
Investigação em Portugal. Uma Perspectiva do Exterior, acaba por deixar algumas pistas de reflexão que poderiam e deveriam ser consideradas pelos autores do programa de governo - preocupados com a "dimensão pedagógica" dos Professores Universitários e com o recentrar do sistema de ensino não na "transmissão de conhecimentos", mas sim no "desenvolvimento de competências" (seja lá o modo e o método concreto como tal desiderato, na Universidade, se alcança!)
O panorama apresentado por JOSÉ PRÍNCIPE da Universidade portuguesa, é preocupante. É sobretudo preocupante se ele corresponde efectivamente àquilo que "de fora" se vê!
Dis-nos o autor, entre outras coisas, que "A investigação realiza-se APESAR do sistema" e aponta como possível solução o conceito segundo o qual "as Universidades portuguesas devem ser empresas públicas", sendo que as (tais)empresas poderiam "permitir a auto-organização e a competição".
JOSÉ C. PRÍNCIPE defende ainda que "Um bom desempenho deve ser
recompensado financeiramente", dando como exemplo o facto de, nos EUA, existir uma diferenciação de salários a professores e investigadores, em função da notoriedade e reconhecimento públicos, na sociedade civil, de cada Universidade.
Acrescenta ainda que "Os estudantes que se graduaram numa determinada escola devem ser discriminados negativamente" no acesso a lugares na mesma escola - No fundo, a mesma regra que vigora na Alemanha e segundo a qual quem se doutora numa determinada Universidade, não pode (legalmente) ser contratado para o desempenho de funções nessa mesma Universidade (impondo-se, por esta via, uma necessária rotatividade no percurso Universitário de cada docente e investigador).
São pistas - alguma delas, sem dúvida, discutíveis e de difícil ou mesmo inoportuna e/ou inconveniente transposição para a nossa realidade.
No entanto, não deixam de ser pistas (contributos) a ter em conta...